segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Eric J. Hobsbawn fala sobre a queda do Muro de Berlim 20 anos depois

Leiam a interessante entrevista que o historiador britânico Eric J. Hobsbawm deu à Folha no dia 08/11/2009, tecendo análises a respeito dos efeitos da queda do Muro de Berlim: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u649208.shtml

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

70 anos do início da II Guerra Mundial e um vídeo do Observatório da Imprensa

Em setembro passado, o início da II Guerra Mundial completou setenta anos. Para tanto, o "Observatório da Imprensa", programa de tevê apresentado pela TV Brasil, levou ao ar uma série de edições sobre como a imprensa tratou o período deste que foi um dos mais significativos marcos do século XX. Aqui, o link do texto do jornalista Alberto Dines, coordenador do Observatório, apresentando as edições especiais sobre a II Guerra que também leva aos programas em vídeo: observatoriodaimprensa.com.br/oinatv.asp?tv_edi=518.

Acervo digital de "Veja" está disponibilizado on-line

A revista "Veja" disponibiliza, para consulta on-line, todas as suas edições desde a primeira vez em que foi publicada, no ano de 1968. É um precioso arquivo digital aberto a qualquer pesquisador ou interessado naquilo que foi noticiado nos últimos 40 anos. Vale para quem está elaborando algum trabalho, ou mesmo para algum curioso. Vale para quem quer escrever sobre um tema ou, até mesmo, para saber o que estava acontecendo no Brasil e no mundo na semana em que você nasceu... Ou seja, vale ir lá e fazer uma consulta. Sobretudo, é importante para se observar como o padrão dos periódicos informativos foi alterado ao longo do tempo, como a formatação estética e, inclusive, textual da imprensa foi sofrendo transformações profundas ao longo das décadas. É preciso registrar que a "Veja" se notabilizou, também ao longo do tempo, por cometer impropriedades históricas e factuais absurdas. Logo, é importante ter em conta, ao ler as matérias das edições passadas, que a revista não é - como não é nenhum órgão de imprensa ou veículo de informação - um ator imparcial do jogo informativo e político. Antes, ela representa sempre um lado, embora em alguns casos isso fique mais explícito e, em outros, menos. Assim, mesmo que com cuidado para não "comprar" como verdadeira e imparcial toda a informação publicada, vale uma observação atenta aos arquivos de "Veja", que você encontra em www.veja.com.br/acervodigital

Notas do terceiro bimestre

Olá alunos!
Informo que, a partir de quinta-feira, dia 29/10, todas as notas de História do terceiro bimestre das turmas sob minha responsabilidade estarão no sistema. Peço a gentileza de que os alunos com pendências de notas dos bimestres anteriores me procurem, no Codacis, na quarta-feira próxima, dia 28/10, depois das 15h30.

Abraços,

Prof. Daniel

"Te pego pela História" será apresentado no Hipertexto 2009

Entre 29 e 31 de outubro próximos acontecerá, no CEFET-MG, em Belo Horizonte, mais uma edição do Congresso Hipertexto. Evento voltado para as discussões acerca da utilização da internet e a produção do conhecimento, o Hipertexto 2009 contará com mini-cursos, palestras, mesas-redondas e grupos de discussão, em que se apresentarão trabalhos ligados a várias áreas do conhecimento em relação com o mundo digital. A equipe do "Te pego pela história" estará apresentando este projeto no Grupo de discussão "Propostas pedagógicas mediadas por mídias digitais", coordenado pela Prof. Dra. Carla Viana Coscarelli. Em breve, postaremos aqui o texto completo apresentado no evento. Para informações sobre o Hipertexto 2009, acesse www.hipertexto2009.com.br

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Site “Blogs do Além” vale uma visita!!!

A revista semanal Carta Capital publica, em todas as suas edições, um blog do além. Em resumo, essa seção da revista é uma página fictícia, criada por Vitor Knijnik, que se vale de alguma personalidade já falecida (da História, da Mídia, da Ciência, etc.) para compor um blog que, em tese, é assinado por esse morto. Vale conferir, por exemplo, o blog do Vasco da Gama ou de Cristóvão Colombo, dentre muitos outros. Brincando com elementos reais da biografia dos “homenageados”, e cheio de trocadilhos inteligentes e mordazes, o autor possibilita uma reflexão muito interessante de cada personagem contrastada pela realidade da internet. Vale conferir, e o link encontra-se na seção Blogs.


Laurentino Gomes, de “1808”, estará na Semana da Ciência & Tecnologia

O jornalista Laurentino Gomes, autor do Best seller “1808”, que aborda a transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, no princípio do século XIX, estará na próxima semana palestrando na Semana da Ciência & Tecnologia. Para nós que discutimos, ao longo desse ano, muito sobre a vinda da família Real e seus impactos sobre o processo de emancipação política da América Portuguesa, é uma excelente oportunidade de ouvirmos um pouco sobre o processo de produção desse livro que está, há meses, na lista dos mais vendidos do país. Além disso, é possível ouvir de Gomes um pouco sobre seu novo trabalho, que abordará a Independência.

sábado, 10 de outubro de 2009

Honduras, Venezuela, Brasil – Sobre quem chamamos de golpistas



A situação em Honduras parece que se encaminha para uma solução. Lentamente, Roberto Michelleti – o líder do golpe que destituiu da presidência e exilou Manuel Zelaya – vai cedendo em suas principais estratégias de manutenção do poder: revogou o estado de sítio e se propôs a negociar com o presidente deposto que, até agora, encontra-se instalado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.
Provavelmente, o retorno de Zelaya ao poder ocorrerá repleto de condicionantes impostos tanto pela elite política e econômica hondurenha como pelas forças internacionais, seja da parte do Brasil ou mesmo da Organização dos Estados Americanos (OEA). E, grau a grau, é possível que se retorne ao mínimo de normalidade institucional possível a um país com as dificuldades de Honduras.
Mas, por qual motivo um golpe de estado que derrubou um presidente constitucionalmente eleito de um país absolutamente periférico como Honduras, tão pouco importante para a realidade de nossas vidas, de nosso cotidiano, tem merecido tamanha atenção, tanto de nosso governo como de nossa imprensa? Por qual motivo devemos observá-lo com atenção se, na prática, muito pouco ou quase nada de seu desdobramento alterará nossa realidade?
Responder a essas questões não é tarefa fácil, evidentemente. Mas pensar sobre elas é fundamental. Em primeiro lugar, o caso de Honduras por mais pontual que seja, conseguiu colocar a diplomacia brasileira numa encruzilhada: se apóia Zelaya (como tem feito), abraça um conflito importante em nível internacional se indispondo com alguns setores na política interna do Brasil; se reconhece o governo golpista (o que não aceitou fazer em nenhum momento), aceita a idéia de que governos constitucionalmente eleitos podem ser extintos por meio de levantes militares. Em segundo lugar, o caso de Honduras demonstrou o nível de receio da imprensa brasileira acerca de Hugo Chávez, presidente da Venezuela, e seu propalado bolivarianismo. Há muito tempo que a mídia em geral vem apontando para o risco de um golpe bolivariano nos países latino-americanos, que viriam desmontar a democracia a partir de suas próprias estratégias democráticas (por exemplo, o presidente que faz plebiscito para aprovar um número de reeleições indefinido, visando à construção de uma forma de se perpetuar no poder, legitimado, no entanto, pelo constante apoio popular). Logo, portanto, assim que Zelaya foi deposto – e levado de pijamas para fora do país, uma vez que fora surpreendido pelos golpistas enquanto dormia – a imprensa brasileira passou a tratá-lo como amigo de Chávez e, conseqüentemente, um natural inimigo.
Curiosamente, portanto, aqueles que consideram Chávez um golpista (embora sempre eleito e reeleito), quando analisam o golpe de Honduras acreditam, realmente, que o governo golpista que se instalou no poder pós-derrubada de Zelaya é um pleno defensor da democracia e da Constituição. É por isso que na tevê, na internet e nos jornais, sobretudo, o governo golpista de Honduras é chamado de “governo interino” ou “governo de facto” e não de “governo golpista”, que é o que ele é pois, num golpe de estado, tirou do poder o presidente constitucionalmente eleito sem nenhum tipo de julgamento.
A nós essa situação interessa por vários motivos. Em primeiro lugar por que nosso governo está trabalhando diretamente na situação e isso implica um posicionamento da política externa brasileira que tende a situar o Brasil dentre as principais forças mediadoras de conflitos políticos do mundo – o que, no limite, passa a exigir maior responsabilidade do país no cenário geopolítico mundial. Em segundo lugar, por que o caso hondurenho reflete um posicionamento de nossa imprensa e de determinados setores de nossa sociedade em relação ao comportamento de Hugo Chávez e da Venezuela, mas que se estende a Evo Morales na Bolívia ou a Rafael Corrêa no Equador, e que se caracteriza pela recusa em aceitar um projeto político e econômico diferente daquele desenhado pelos Estados Unidos. Se esse projeto diferente é bom ou ruim, se serve ao interesse brasileiro ou não, é outra história. É preciso que se analise. Mas é fato, porém, que o medo de determinados grupos políticos e econômicos, e da imprensa, em relação a Chávez e companhia é fruto de preconceito puro e simples, e é isso que se percebe em relação ao tratamento dispensado a Honduras atualmente.
Os críticos parecem não perceber (ou fingem que não percebem) que a postura atual do Brasil, em relação a Honduras, é muito significativa, sobretudo, por que rompe com o predomínio do pensamento bolivariano (muito útil como enfrentamento, mas muito pouco efetivo quando se torna necessária a solução para um impasse), mas também por negar a tradição norte-americana de solução de conflitos em pequenas repúblicas latino-americanas, criando um caminho alternativo em que o Brasil tende a ser protagonista.
Por fim, cabe pensarmos em quanto a América Latina é vulnerável a esse tipo de solução golpista... É muito comum que discutamos, no caso brasileiro, o Golpe de 1964 e seus desdobramentos. São as nossas feridas. Mas um pouco menos comum é lembrarmos que nossas feridas também são a de muitos outros latino-americanos. Não se pode esquecer que em fins da década de 1970, todos os países do Cone-Sul haviam se transformado em ditaduras golpistas. O caso de Honduras, portanto, mesmo ocorrendo em outro contexto e outra época, não pode ser observado como elemento ímpar. A mesma imprensa nossa que trata o governo golpista de Honduras como “governo de facto” (uma forma de atenuar seu golpismo) foi aquela que saudou o Golpe de 1964 em suas páginas, em editoriais emocionados (vide jornais “O Globo”; “O Estado de São Paulo” e “Folha de São Paulo”).
Por fim, como forma de reflexão, há nessa página o link para o documentário “A revolução não será televisionada”. Produzido por documentarista inglês, o filme mostra como um golpe ocorre por dentro, uma vez que por sorte, ele estava com sua câmera dentro do Palácio Miraflores, sede do governo venezuelano, no golpe sofrido por Chávez (golpe, aliás, comemorado à época por setores de nossa imprensa e que acabou derrotado por um contra-golpe chavizta, que o documentário também apresenta). É um filme essencial, tanto pelo que nos mostra a respeito de Chávez e da Venezuela, como por evidenciar que o modus operandi dos golpistas tende a certa regularidade na América Latina, seja no passado, seja no presente.Para quem quiser maiores informações e reflexões sobre o caso hondurenho, vale conferir em www.viomundo.com.br

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mesa-redonda discute período da Ditadura no IFMG – Ouro Preto

Esquerda para direita: Daniel Diniz, Manuella Valinhas, Isabel
Leite, Julice Machado e Guilherme Maciel.


Cerca de quarenta alunos assistiram, em 25 de setembro, à Mesa-Redonda “Da crise do nacional-desenvolvimentismo ao processo de Abertura: aspectos políticos, econômicos, culturais e sociais”, organizada pelos professores da área de História do IFMG-Ouro Preto. Precedida por sessões de cinema realizadas ao longo da semana, em que se exibiram os documentários “Os anos JK” e “Jango”, do diretor Silvio Tendler, a mesa contou com a participação de Mannuella Luz de Oliveira Valinhas, professora da UEMG, e Isabel Cristina Leite, mestre em História e Culturas Políticas pela UFMG, além de Julice Machado, Guilherme Maciel e Daniel Diniz, professores do IFMG.
Nas três horas em que decorreu o debate, cada participante abordou um aspecto do período, além mesmo das questões específicas da utilização de documentários como material para o estudo da História – tema apresentado pela professora Mannuella Luz. Isabel Leite, que abordou o período em debate pelo ângulo político, destacou tanto as relações institucionais como sugeriu a observação dos grupos clandestinos de combate ao regime militar, com destaque para o papel que a classe média exerceu em apoio ao movimento golpista. Julice Machado, responsável pela análise do quadro social, ressaltou o papel da mulher no período, sublinhando o modelo conservador de sua formação. Guilherme Maciel discutiu as transformações artísticas e culturais da época, com destaque para o cenário musical, fílmico e nas artes plásticas, enquanto Daniel Diniz, discutindo os aspectos econômicos, historiou a construção do conceito de desenvolvimentismo, sua apropriação pela direita e sua opção pelo modelo de concentração de renda.
Os alunos que participaram ao longo da semana receberão certificados de participação em breve. O evento, ligado ao projeto de fundação do Núcleo de Estudo e Pesquisa Histórica (NEPHis), ao qual se filiará este blog, se pretendeu uma primeira iniciativa que, no futuro, possa gerar formação complementar ao alunado. Até o final do quarto bimestre, pretende-se a realização de mais uma mesa, sob a coordenação do professor Alex Bohrer.